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sábado, 9 de março de 2013

AMAZÔNIA. MACAPÁ (AP). OS BURACOS NAS RUAS , A PATERNIDADE DELES, A DEMOCRACIA E A DESINFORMAÇÃO


Como está em voga nas mídias amapaenses falar sobre os buracos presentes nas ruas de Macapá, pensei em fazer uma relação desses buracos com a liberdade de expressão e o exame de paternidade.

A liberdade de expressão é um avanço para a humanidade, alcançada não sem muita luta por pessoas, que, em alguns casos, perderam a vida nesse mister para que hoje nós pudéssemos fazer uso desse direito, com a responsabilidade devida, para que não sejam violados direitos de terceiros.

Recentemente esteve no Brasil a blogueira cubana Yoani Sánches, que faz oposição ao governo cubano, visitando algumas capitais, dentre elas Salvador e Rio de Janeiro, além de Brasília, onde teve a oportunidade de se pronunciar no Congresso Nacional. Contudo, em todos esses lugares, sempre havia pessoas que a apoiavam e aquelas que a atacavam, de forma grosseira, com faixas e palavras de ordem, sem saber tais pessoas, que tal manifestação somente foi possível se concretizar porque vivem em um país democrático, ainda que com muitos ajustes a serem feitos, em que se deve conviver com ideias contrárias. Isso não é mau, ao contrário, desse embate de ideias é que se consegue avançar. Em países em que a democracia inexiste, ou não é valorizada, não se permite manifestações contrárias às ideias consideradas corretas pelo governo. Portanto, é um direito das pessoas expressarem seus pontos de vistas e, no Brasil, é um direito fundamental presente na Constituição Federal de 1988.

Mas o que tem a ver a visita da Yoani Sánches ao Brasil e os buracos nas ruas da cidade de Macapá? Tem tudo, ou alguma coisa a ver, pois como é do conhecimento das pessoas que vivem nessa cidade, esse problema já vem de longa data sem que a gestão municipal da época desse uma solução. Contudo, há manifestação, em parte da mídia macapaense, no sentido de se querer atribuir ao atual gestor municipal a totalidade da responsabilidade, o que de longe não é verdadeiro. Então, estamos falando de liberdade de expressão, pois apesar de não concordar com a desinformação, entendo ser um direito de quem age  com esse intuito, resguardados os direitos daqueles que se sentirem prejudicados. 

Como considero a blogueira sinônimo dessa liberdade, relacionados estão dois temas aparentemente tão díspares: a visita de Yoani Sánches ao Brasil e a desinformação predita em parcela da mídia macapaense.

É óbvio que os problemas da ruas esburacadas e outros que tanto afetam a vida dos macapaenses devam ser resolvidos por aqueles que foram eleitos para justamente resolvê-los. Porém, é preciso que se deixe muito claro a alocação desses problemas no tempo para se descobrir a "paternidade" de cada um, sem, no entanto, deixar de cobrar do atual gestor a solução.

Entretanto, não se pode calar diante da desinformação. O fato de se querer atribuir a atual gestão municipal de Macapá a "paternidade" desse problema é no mínimo querer zombar da inteligência dos macapaenses. É como se houvesse uma revolução realizada pelos buracos, que não existiam até a posse de Clécio ou estavam adormecidos, esperando a melhor hora para virem a público. Então, na véspera da posse, os buracos se reuniram, quem sabe dentro do rio Amazonas, nas proximidades da Fortaleza São José de Macapá, oportunidade em que decidiram que, todos os dias, durante a noite, sorrateiramente, se espalhariam pela ruas de Macapá. Se orquestraram magnificamente, não sem muita discussão, pois os mais espertos queriam se localizar nas ruas mais nobres, no centro da cidade; os maiores se diziam mais importantes; outros, se contentaram com os bairros periféricos. Prevaleceu a hierarquia, acredito.

Para finalizar, lembro que certa feita, aborrecido com aqueles que usam dos meios de comunicação para desinformar a população, pensei que melhor seria que eles não existissem. Mas, logo, logo, percebi que estava errado. Se eles existem, é porque existe democracia, esse bem de grande relevância para a humanidade. Mas devemos estar atentos para que as mentiras tantas vezes repetidas não tomem ares de verdade.





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